>> O HAICAI NO BRASIL COMUNICAÇÃO & CULTURA
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O HAICAI NO BRASIL-COMUNICAÇÃO & CULTURA

Dissertação de Mestrado em formato  LIVRO,
de  Débora Novaes de Castro ( Débora de Castro), uma contribuição à cultura haicaística brasileira, publicada em 26 de dezembro, de 2016, pela  Scortecci Editora.

(Pequena tiragem, não comercializada, destinada a Bibliotecas, Universidades federais, estaduais e municipais, Casas de Cultura e similares, pesquisadores, e haicaístas com criações citadas na obra).
 

P r ó l o g o

Nada mais oportuno do que uma pesquisa dedicada a mostrar o quanto os haicais são um gênero poético aberto e adaptadíssimo às nossas terras. Débora Novaes nos vai montando um painel de como a chegada dessa “poesia mínima”, máxima concentração de abruptos contrastes e encaixes, desencadeou o engenho tradutório dos brasileiros e latino-americanos (vejam-se os casos de Guilherme de Almeida, Oswald de Andrade, Tablada e Borges, por exemplo), para readaptá-la à nossa paisagem, sob a espécie dilatada de quase-haicais.Incluam-se aqui os achados de poetas ou haicaístas bissextos (como Gilberto Freire).

A chegada imigrante de Bashô e todos os seus similares ao continente propiciou o encontro feliz dessa forma radicalmente instantânea e comprimida (essa agoridade da voz na fala da escrita)com uma cultura mestiça acostumada aos paradoxos das aproximações e irrupções entre o conhecido e o desconhecido.Esta cultura de chegada, “em ritmo rápido” (Paul Zumthor), tradicionalmente apta a reinventar gêneros breves (nas crônicas, relatos, folhetins etc), infiltra-se, por pendor lúdico e nativo, no ziguezague faiscante das rimas e versos dos vários tipos de haicais. A cultura, assim, para quem sabe ouvir, incrusta-se como filigrana em meio às sonoridades das letras e das sílabas.

Daí serem tão importantes as menções especiais ao barroco e à oralidade. O primeiro nos obriga a uma compactação da enumeração ampliada (e da lista díspar) dentro de uma acupuntura do diminuto. A segunda insufla o vaivém das vozes do mato e das cidades por entre as quase-palavras. E Débora comprova-o em suas agudas análises, como em bonde, de Oswald de Andrade (“O transatlântico mesclado / Dlendlena e esguicha luz / Postretutas e famias sacolejam”: “trata-se de um terceto (...) recosido de um entremeio do cotidiano e colhido na performance do gestual em suas dobras”.É como se o devir sem fim de coisas da cultura fosse represado em gestos gráfico

Amálio Pinheiro
outubro de 2016

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Amálio Pinheiro é poeta, tradutor e professor no Pós-graduação em Comunicação e Semiótica da PUCSP. Coordena o Grupo de Pesquisa “Barroco e Mestiçagem”, onde se investigam as relações entre as áreas de literatura, comunicação e cultura na América Latina, ao mesmo tempo em que se experimentam modos de conhecimento não dualistas para o continente. Tem produzido ensaios e traduções comentadas de autores da Espanha, da América Latina e do Caribe. Desenvolve pesquisas sobre as relações entre a memória cultural, as artes e as ciências não clássicas, com ênfase nas conexões e ramificações entre voz, poema, corpo, séries culturais e paisagem urbana, que se desdobram aquém das dicotomias entre sociedade e natureza. Publicou, entre outros, “César Vallejo: o abalo corpográfico”, “César Vallejo a dedo” (tradução) "Aquém da identidade e da oposição. Formas na cultura mestiça", "Nicolás Guillén: Motivos de son", e “Rafael Alberti: Sobre os anjos” (tradução), “América Latina: barroco, cidade, jornal”, “Tempo Solto” (poemas). "Jornalismo expandido:
práticas, sujeitos e relatos entrelaçados" (org. Amálio Pinheiro e
Cecília Almeida Salles, Intermeios, SP, 2016; e "O jornal e a cidade:
um barroco de viés", Intermeios, SP, 2015.
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Ficha técnica:
Gênero: Prosa científica  - Prosa / Haicais
Papel do Miolo: 90 grs
Capa: Cartão branco 250 grs
Arte de Capa e Póscapa: Daniela Jacinto
Fotos: Arquivo pessoal da autora e do
           Museu da Imigração do Estado de São Paulo.
Diagramação: Valdir Colombezi
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